quarta-feira, 13 de maio de 2009

tempestade


De tudo não me restou nada
Talvez a vontade de continuar
O desejo de gritar
A imensurável tentação de acreditar

Dos teus beijos, pouca coisa sobrou
Dos meus abraços, quase nada se salvou
Do maremoto muito se perdeu
E nesse tumulto já me perco no meu “eu”

Das minhas orelhas nada se ouviu
Pro teu sorriso o meu mundo se abriu
Nos meus lábios o amargo adocicou
No meu colo nada se amparou

Vou-me embora com um resto de dor
Dessa confusão que em meu peitou se alojou
Talvez eu volte, pois do amanhã eu já cansei
Veja que confusa essa tormenta que eu mesma criei!

Já foi embora? Pois fique, ainda é cedo.
Procure-me nessas curvas indecisas
Convide-me para ser sua
E me encontre para um chá.

Fui.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

cosmonauta

Uma constelação de motivos para me confundir.
Meia dúzia de afazeres jogados para a próxima página da semana.
Sentir-se plena às vezes dói.
Trata-se de um arrependimento prévio, de uma confusão certeira.
Quando o sorriso é no canto, nada te impede de sonhar.
Se o sorriso vem do outro, o perigo é não escapar.
Como eu poderia ter sonhos se o melhor que poderia me acontecer era não piorar?
Li isso e me encontrei.
E somente hoje me vejo aqui.
Sinto-me inteira e sincera.
Quero e não quero. Tanto faz, é tudo meu.
Daqui a pouco eu vou te querer.
E te digo mais: cabe somente ao coração replicar o incontestável.