terça-feira, 10 de novembro de 2009

falling²



Eu esperei ardentemente que meus pedaços à janela se reconstruissem por si só. E eu esperei aquela porta se abrir pra mim. E eu espero ardentemente o momento exato.

Beirando ao ridículo, eu grito socorro.
Silenciando-me, grito por medo.
e esse grito preso me amedronta.

As mãos já não cabem à cabeça e os meu pés pedem repouso.
E então, novamente, eu espero.

Não dá. Não consigo e interrompo a música.
Muse, showbiz fica pra mais tarde...!
não foi dessa vez.

invetivável falta de mim²

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

falling

Eu caio no chão e ninguém vê meus pedaços. Eu só lembro dos tremores, das dores, desse infinito vazio. As cores, as vozes, o desejo... esse abismo todo me mata. E por dois segundos tudo se apaga.

Silêncio?
Silêncio.

Se eu pudesse gritar nesse branco, eu gritaria em vermelho. E a minha pele - quase tão sensível quanto os meus olhos, rejeitariam esse frio. Frio? Calor? Pouco sei do que sinto. Tudo se mistura, se aglomera. E enquanto isso, meu novo ego me desmonta. E essa nova cor me dissolve. E esse grito mudo me entrega.
Ah! Se eu pudesse enxergar tudo...se eu pudesse ao menos montar esses pedaços de mim e fazer com que se tornassem peças de um quebra-cabeça de uma cor só, eu o faria.
Faria sim. Mas obviamente, não ousaria montá-lo. Eu queimaria peça por peça e teria o sádico prazer de me resumir às cinzas.

ao cinza.
ao pó.
ao nada.





simples pedaços.
inevitável falta de mim.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

das escolhas e da cegueira.

Tão pouco te vejo que em mim me escondo
Se te busco, vejo fogo
Se eu corro, vejo o vulto
Ora você, ora o mundo
- Não quero mais pensar assim.

Tão pouco me vejo que em ti me escondo
Se eu grito, eu te calo
Se me calo, ensurdeço
Ora viril, ora moribundo
- Não penso mais que quero assim.

Tão pouco me escondo que em ti nos vejo.

sábado, 19 de setembro de 2009

explicação

E quem sabe um dia eu possa-me sentir viva a ponto de olhar para esse copo e explicar ao meu reflexo: - olha, isso tudo é um grande não caber em mim. É sentir o estômago furtar todo o meu sangue e não restar nada a caminho do cérebro.
É um não estar. Não estar aí, muito menos aqui. Não encontrar refúgio, não me encontrar em lugar algum. É estar em todos os lugares sem estar em nenhum.
É vê-la ali e doer em mim essa queda. É morrer aos poucos em cada respirada. É questionar essas frases curtas e duvidar da veracidade das mesmas.
É sentir falta de tudo o que não tive e vomitar, repugnando, essa porcaria de sentimento inato.

Trata-se do desejo de desprezo, da vontade do desdém.
Trata-se do soluço engolido, do choro embebido de raiva e temor.
Trata-se do sentimento mais viril.

Trata-se de tudo o que você não viu.



Set/2009.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

seus olhos.




Em dias assim eu não consigo escrever. Já não me faltam motivos para querer ir ao teu encontro. Desde que aquele avião partiu, eu não penso em outra coisa a não ser a falta que você me faz.
Aquele dia foi terrível. Meu estômago ainda se manifesta ao lembrar-se daquele cinza interminável que fez do céu um eterno abismo. Voltei calada pra casa e ainda estava tudo no lugar. Os vestígios do presente que te fiz permaneciam vivos na gaveta e aquele bilhete de aniversário adormecia entre meus papéis e anotações.
E eu só pensava nos teus olhos azuis. Aquele olhar que me ensurdece e que muitas vezes gritou segredos e pediu socorro a mim. Os olhos falantes. Seus olhos gritantes.
Eu ainda continuo admirando o céu- aquele mesmo que julgamos ser o mais bonito do mundo. Em meio ao laranja, azul e cinza muitas vezes te vi ali. Procuro sempre te abraçar na distância e ouso dizer que te sinto mais protegida quando vou ao teu encontro- mesmo que em pensamento.
E é assim que termino esse desabafo: com um abraço interminável e aquele desejo de ter uma conversa bonita com você. Com seus olhos falantes. Seus olhos gritantes.

27/08/09

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Encontro-me, escondida, comemorando a vitória da vontade de verdade sobre a potência do delírio. Ao te convencer, produzo um efeito de veracidade inegável que cai sob teus olhos e, como uma chuva de sapos, te assusta. Quero-te por inteira. E aos poucos, em goles, em pequenos sussurros e suspiros, roubar-te-ei dessas tuas quatro paredes e te colocarei dentro de mim.
Calo-me diante da tua beleza, porém grito em teus ouvidos desejos silenciados pelos meus medos. Pouco me importa o mundo lá fora quando, deitada em teus braços, descubro o que é vida. E se me levanto é pra te encontrar. E se encontro é pra viver. E se vivo é pra te dizer uma única palavra:

Obrigada.

sábado, 15 de agosto de 2009

!

Se o meu senso é comum e eu devo expressar o que penso, não deveria ter me surpreendido ao ouvir que “o óbvio precisa ser dito”.

Pois digo, em sussurro,
o que
quero gritar.

E grito

sem forças
para não me cansar.

E se me canso
corro ofegante
atrás do insípido ato
de me encontrar

E se te encontro
claramente,
arrependida
escolho voltar.


dan
çan
do.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

don´t explain

(...) E eu que sempre fui de exigir belas palavras, calei-me diante teu corpo. Não havia discordância entre verbo e ação, pois de ti saía o incessante calor que me deixou em chamas. Ardor esse que me desestruturou e, feito um golpe final, deixou-me muda.
Ainda me questiono se teria sido um sonho... Porém teu cheiro se faz presente em cada centímetro meu. Do chá verde com pêssego ao fervor em meus lábios... Tudo me lembra você. E pouco me importa não ter visto teu retrato antes de me render, pois a primeira sentença escapada de sua boca foi o suficiente para eu me entregar.
Corpo no corpo e o tremor vem chegando. Teu silêncio me ensurdece e após 24 horas embebedando-me em você eu te afirmo: não me preocupo com o amanhã, pois por mais inconstante que eu seja... Hoje, sei que fui tua.

terça-feira, 23 de junho de 2009

a faca, o queijo e o jejum.


Para a sua suposta surpresa, sentia-se perdida novamente. Era mais confortável a época onde as respostas não eram procuradas e o ímpeto a conduzia. Hoje, um pouco mais decepcionada, descrente e (certamente) menos saudável, suas respostas pairam perdidas, sofridas, trêmulas e inexatas por essa nuvem de teimosia que a leva para dentro de si. Tudo tem sua razão. Todos têm razão. Ela tem razão ao duvidar do motivo que a traz ao chão todos os dias. Confuso? Que nada! Confuso é viver. Confuso é ter a faca e o queijo em mãos e preferir ao jejum. Confuso é ter a estrada a chamando e sentir-se estática. A falta de um método, de ordem, de clareza entre as idéias do corpo e da mente a mata cada dia mais. Cadê você? Apareça infeliz! Volte agora para o corpo dessa miserável e a mande dizer algo que faça sentido! Planos no âmbito do imaginário de nada adiantam! Por qual motivo ousa perambular com um peso que não é seu em suas costas? Traga algo que a afaste dessa misantropia, desse tédio e desconfiança ao se tratar de sentimentos. Traga a sua alegria novamente e toda aquela coragem proveniente da convicção de seu próprio valor. Corra e se não for pra voltar que suma imediatamente.

It's damned if you don't and it's damned if you do
Be true 'cause they'll lock you up in a sad sad zoo
Oh hidy hidy hidy what you´re trying to prove
By hidy hidy hiding you're not worth a thing


Olha, vendo aqui de cima, parece-me que te queixas por estar na inércia de suas percepções. Quantos cigarros serão precisos para que a fuga exista? Quantas promessas, tapas na cara e mágoas dissolvidas em falsas crenças serão necessárias para que você se
levante? Isso é ter amor próprio? Tenha dó. Levanta e olha no espelho o estrago já feito.
Ainda preferes o jejum ao notório poder e potencial de fuga que tens?

sábado, 6 de junho de 2009

incógnita

Grito para ser calada, meu bem. E se te busco em outro calor, é apenas para me enganar. Procuro-te em tantos goles e te encontro tão perto ao ponto de te perder. Já não sei mais quem és, porém insisto em me confundir perante tanto temor. O silêncio que me cala é o mesmo a motivar o grito. Ora me silencio para te ver, ora me vejo para te silenciar. Dentre pistas escorregadias, conduzo-me ao acaso. Tua voz me irrita tanto a ponto de eu não conseguir ficar sem esse eco que me atinge e, por ora, me desmonta.
Eu não sei o que quero. Eu só sei o que eu não quero e isso já tira muito do meu chão. Em certos momentos sinto te amar... Porém ao cair da noite, és meu pior pesadelo.
Anda! Vai embora para eu não ir atrás! Ou melhor, fique que assim eu fujo. Um fuga linda, extensa, covarde e notória. Não me pergunte qual o destino, pois a ponte que me liga a ti é tão trêmula e insegura que já não sei o que fazer.
És minha principal incógnita e, por se fazer tão presente em cada rosto que vejo, nem ao menos sei o teu nome.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

tempestade


De tudo não me restou nada
Talvez a vontade de continuar
O desejo de gritar
A imensurável tentação de acreditar

Dos teus beijos, pouca coisa sobrou
Dos meus abraços, quase nada se salvou
Do maremoto muito se perdeu
E nesse tumulto já me perco no meu “eu”

Das minhas orelhas nada se ouviu
Pro teu sorriso o meu mundo se abriu
Nos meus lábios o amargo adocicou
No meu colo nada se amparou

Vou-me embora com um resto de dor
Dessa confusão que em meu peitou se alojou
Talvez eu volte, pois do amanhã eu já cansei
Veja que confusa essa tormenta que eu mesma criei!

Já foi embora? Pois fique, ainda é cedo.
Procure-me nessas curvas indecisas
Convide-me para ser sua
E me encontre para um chá.

Fui.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

cosmonauta

Uma constelação de motivos para me confundir.
Meia dúzia de afazeres jogados para a próxima página da semana.
Sentir-se plena às vezes dói.
Trata-se de um arrependimento prévio, de uma confusão certeira.
Quando o sorriso é no canto, nada te impede de sonhar.
Se o sorriso vem do outro, o perigo é não escapar.
Como eu poderia ter sonhos se o melhor que poderia me acontecer era não piorar?
Li isso e me encontrei.
E somente hoje me vejo aqui.
Sinto-me inteira e sincera.
Quero e não quero. Tanto faz, é tudo meu.
Daqui a pouco eu vou te querer.
E te digo mais: cabe somente ao coração replicar o incontestável.

terça-feira, 28 de abril de 2009

chuva

Chove lá fora e inunda aqui dentro. Depois de uns dias de sertão, a saliva umedeceu o palato que se abriu para gritar. Lá fora está claro? Tenho medo de olhar. Vai lá e me conta o que você viu. Traga também um café para acordar cada músculo adormecido.
Assim como essa chuva de outono, minha vida parece querer se vingar de mim. As pessoas vão e nem sempre voltam. Porém todas fazem questão de instalar aqui dentro.
Desejo um temporal de lagrimas a todos vocês. E a mim? Um beijo na boca de cada um dos meus amores e amantes... Sou fiel a todos vocês.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

clichê

É tudo tão igual. Nem mesmo minhas noites em claro arrisco dizer terem sido somente minhas. E quantas outras mulheres já calaram a voz do peito com a garganta rouca dos suspiros? E ainda quantas mais calarão? Estou consciente de que o amor que expresso em cantiga já foi cantado e sentido por outros amantes. A mesma saudade que me enche os olhos e carimba meu rosto com dor já martelou em outro coração. O meu tesão já foi sentido. O meu riso, certamente, oprimido. E de tantos outros sentidos, muitos ainda serão furtados. Do meu vazio, muitos outros já trataram.

É triste, meu bem... Mas você não é único. Muito menos especial.

sábado, 28 de março de 2009

caos.

Aquecimento global, movimentos sociais, pseudo-feminismo, nostalgia de outras décadas.
Beatles, Madonna, The Clash, Rita Lee.
Cigarros sem motivos, bandeira da liberdade, cara pintada pra nada.
O braço a torcer, a vida a viver, nada pra gritar.
Lixo reciclável, medicina zen, chá pra curar o vazio.
Unhas pintadas, livros empoeirados, movimento punk.
Um pouco de Clarice Lispector, Bukowski, Kakfa ou Descartes.
Todo mundo fala mas ninguém se entende.
P.h.d em não sei o quê e você já pode dizer a verdade.

O que fazer com a vida, meu deus?

terça-feira, 10 de março de 2009

despedida.

Olha, depois de tantos dias calada, resolvi gritar. Você não estava aqui para me ouvir mas sei que sentiu. O teu silêncio me mandou embora, por isso agora eu fujo. Corro do medo, do teu descaso. Fujo de mim. Já não me importa a tua ausência, pois ela sempre se fez presente. Sonhei em ouvir tuas palavras, porém a nudez da tua alma sempre falou mais alto. Corro agora para ser feliz. Ao encontro do acaso, da incógnita central, do vazio repleto de esperança. Espero não me cansar, não me humilhar. Espero, sinceramente, não voltar. O medo da mágoa já foi embora.
Agora, trata-se de mim. Da minha pele, do meu suor. Trata-se do meu corpo, dos meus seios e do coração. Saiba que eu fui, aos gritos, calando os meus medos.Saiba que hoje, me encontro pronta pra viver.

terça-feira, 3 de março de 2009

make me feel like the one


Já me arrependi de estar aqui novamente. Você me chamou, aqui estou. Cansei de contar as inúmeras frases que chegaram até a minha garganta e tropeçaram, voltaram, não foram a você. Não quero mais te ver, não posso te sentir. A cada cigarro uma esperança. Se você soubesse como me provoca desse jeito... Assim, com toda essa confusão, com toda essa segurança. Entre uma baforada e outra, na tua fumaça me vejo ofuscada. Por que coração e razão são coisas tão distintas? Por que pensar ao invés de falar e fazer? Odeio pensar, odeio sentir. Odeio não poder.
Não hesito e fujo. Saio pela porta e vou em busca de segurança. Seja num copo, num corpo, no vazio. Caminho já tropeçando pelos cantos e a voz de dentro parece querer berrar besteiras no teu ouvido. Não me agüento e sento. Aos prantos lembro de tudo. Como fui besta! Não quero te ver, não quero permitir. Já me arrependi de estar aqui novamente.

despertar

(…)Oh I do believe
In all the things you see
What comes is better than what came before
And you'd better come come, come come to me
Better come come, come come to me
Better run, run run, run run to me
Better come

Acordo assustada, trêmula, confusa. Por uma fração de segundo me pergunto se haveria de ter sido realmente um sonho. Era tudo confuso, oblíquo, inexato. Apesar da confusão, lembro-me do teu olhar. Aqueles mesmos olhos que pareciam guiar-me diante todo o tormento, levavam-me à perdição. Beijei-te e amei teu corpo de forma ímpar. E em resposta ao agrado, me conduzias por tuas linhas e me contemplava até eu chegar a uma outra dimensão. Do mais, pouco me importa. Naquele momento sei que fui tua.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

próximo?

Ansiedade. Desconforto. Neurose. Saio só em busca de algo externo para me confortar. Ando, perambulo e nada. Pressa não sei de quê. Tormento. Sento na companhia do celular que já não costuma tocar. Raul se foi. Levou junto meu amor próprio. Desgraçado! Fugiu de mim como quem foge da presa. Eu te amava!
- Seu café, moça;
-Ah, obrigada.
Droga! Queimei os lábios novamente! Paulo não se importaria, mas Raul sim. Reclamava de tudo! Do meu café, do cigarro mentolado, das noites em que passei em claro degustando minhas lágrimas....Paulo não! Esse ria de mim feito criança e ainda achava graça da minha mania de dormir sempre de roupão. Ai, nostalgia! Lembro-me dele reclamando do meu cigarro. Mas diferentemente do outro carrasco, Paulo dizia ter ciúmes dos meus lábios.
Eram dois amores. Agora se trata de mim. De nós, xícara. De nós e desse fim de tarde a nos testemunhar.
-Mais um café, por favor.
O que seria do ser humano sem cafeína? Manter-se acordado em meio a tanta idiotice parece impossível.
- Aqui está, senhorita.
- Obrigada.
Olha! Ele me chamou de senhorita! Encantei-me! Será o próximo, quer apostar quanto?
- Rapaz venha cá.
-Pois não?
- Como você se chama?
- Felipe.
- Hmm...certo. Felipe, você dorme de roupão?
- Perdão, mas...o que a senhorita está dizendo?
- Se após o sexo você dorme de roupão, se está só no mundo, se tem um animal de estimação pra esconder a solidão e se fuma cigarro de menta.
-Não sei o que lhe responder senhorita.
-Ah! Cale a boca e me beije!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

tumulto

Ainda é segunda e eu só penso em querer. Eu quero, desejo e cobiço. Um cheiro, um aperto, um sabor. Tudo o que vivo se mistura, o que leio se complementa ao que sonho. Quantas vezes pensei estar sentindo o aroma do vinho barato que bukowski me contou agora em dezembro. Desejei estar nas festas de Marcelo Rubens Paiva. Beijar ele, fazer graças com as garotas festeiras de feliz ano velho. Pensei em me perder na cidade de São Paulo vazia, silenciosa, indefinida de Blecaute. Quero agora, já! Quero poder ajudar Raul a comprar seu novo forro de sofá e consolá-lo com um beijo na boca e ouvir all apologies junto da mais nova apresentação que Rubens Paiva fez a mim. Desejo agora, imediatamente, te dar um beijo, macabéa. Você é linda, deixe a tristeza de lado para não piorar seu estômago. Cor. Vermelho. Sangue. Há quanto tempo não desvendo nada com Hercule Poirot. Outra que sinto falta é Miss murple. Deve estar penteando os cabelos brancos, solucionando algum crime inventado por Agatha Christie. Aperto no braço, no corpo. Cigarro mentolado pra adoçar a vida. Quero-te novamente. Intensamente. Continuamente. Eu adoro advérbios! De intensidade então, nem se fala. De modo também serve, mas ultimamente não os tenho usado muito. Tumulto, agitação, discórdia entre as palavras. Eu escrevo o que penso, mas nem sempre penso no que escrevo. Confusão! Não seria eu senão houvesse um pouco de intriga. Ai Clarice, você me enteria. Ana Cristina César, você também, não fique com ciúmes. Por sinal, querida, você me deve uma explicação: quem pensa que é pra correr ao encontro da janela e ir para outra dimensão assim, sem nem ao menos me presentear com seus inéditos e dispersos? Busco em todos os cantos mas não encontro. Me contento com seus antigos e soltos.
Cansei. Confusão. Labirinto, palavras, mapas, entrelinhas.
Eu quero, eu desejo. Agora mais do que nunca, estou viva. Trata-se de mim, de nós. Trata-se do oculto e do que brilha. Trata-se do que é indiscutível.