sábado, 30 de janeiro de 2010

minha paciência encardida, meu sufoco.

Com golpes de faca molhada
destruo a incansável fumaça do teu cigarro
na inocente esperança de me encontrar em ti.
Vejo,
aos poucos,
que de nada adiantará o meu sumiço.
Quero-te nesses copos vazios,
quero-te em goles para que
em meus soluços
sejam relembrados
cada
pedaço
teu.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Depende de tudo. Do vento, dos valores, da chuva, dos meus amores. Da água que corre nessa calçada embebida de tantas promessas, do semáforo que passa do amarelo para o vermelho acabando com a minha chance. Depende de mim, de você.

Corre solto, voa leve, o vento leva e me traz de volta para isso.
Volta solto, o vento busca, corre e procura, se desespera mas já não me vê.
Volta logo, traz o vento, voa leve, voa alto, corre solto.

Tropeça aqui, escorrega ali, daqui a pouco já são onze e onze eu não posso mais.
Não posso mais porque tenho sono e onze horas já começa a roncar.
Ronca o estômago, ronca o cabeça ronca-chorona a gata imaginária que me faz companhia.
Quitéria é seu nome.Quitéria das jóias pretas, do eríco veríssimo. Quitéria do Incidente. Quitéria minha companhia peluda e branca, branda, branca-branda como a neve.

Tenho sede e sono e fome de você e de mim e do vento que voa alto-voa leve mas já não te traz mais.
Já são onze horas e onze horas eu não posso mais

Amarelo-vermelho.
Volta leve, voa logo, corre solto.
Corre logo, voa leve, volte solto.

quitéria era seu nome.