Depende de tudo. Do vento, dos valores, da chuva, dos meus amores. Da água que corre nessa calçada embebida de tantas promessas, do semáforo que passa do amarelo para o vermelho acabando com a minha chance. Depende de mim, de você.
Corre solto, voa leve, o vento leva e me traz de volta para isso.
Volta solto, o vento busca, corre e procura, se desespera mas já não me vê.
Volta logo, traz o vento, voa leve, voa alto, corre solto.
Tropeça aqui, escorrega ali, daqui a pouco já são onze e onze eu não posso mais.
Não posso mais porque tenho sono e onze horas já começa a roncar.
Ronca o estômago, ronca o cabeça ronca-chorona a gata imaginária que me faz companhia.
Quitéria é seu nome.Quitéria das jóias pretas, do eríco veríssimo. Quitéria do Incidente. Quitéria minha companhia peluda e branca, branda, branca-branda como a neve.
Tenho sede e sono e fome de você e de mim e do vento que voa alto-voa leve mas já não te traz mais.
Já são onze horas e onze horas eu não posso mais
Amarelo-vermelho.
Volta leve, voa logo, corre solto.
Corre logo, voa leve, volte solto.
quitéria era seu nome.
Nenhum comentário:
Postar um comentário