terça-feira, 19 de junho de 2007

Eu te procuro.

Olhos sonâmbulos, olheiras visíveis, carimbo de lágrima.
Rosto marcado, pele surrada, fronteira da dor.
Ainda assim, eu te procuro.

Perco a saúde, encontro ruínas e resíduos
Embriagado de dó, pena e compaixão
Acendo um cigarro, peço-lhe atenção
Mas ainda assim, eu te procuro.

Móveis empoeirados, sonhos apagados, pensamentos opacos
Nada me impede, nada me livra
Não me liberta, não alivia
Em meio a neblina, eu te procuro

Escuto um clamor, um pedido, um socorro
Uma exclamação forte e sonora que exprime essa dor
A voz vem de dentro, mas é confusa
Já não sei mais quem sou
Mas ainda assim, eu te procuro.

Entro e saio do pânico, como quem busca defesa
Indago por uma gaveta, um local, um recinto
A faca que se destaca, brilha feito brinco de princesa
Transpassa lado a lado, faz o sangue correr e o peito doer
Enigmas e aborrecimentos que eu já nem sinto
Vou para o céu , para o inferno ou pro além
Estou onde estou, mas ainda assim
Eu te procuro.

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