segunda-feira, 14 de novembro de 2011


É aqui que tudo começa: todos os dias, em todos os goles, em cada partida. Por enquanto não tem cortina, mas um dia não verás mais os aviões decolando.
E mesmo assim é preciso acreditar que o céu está lá. O que se pode fazer? Denúncia rarefeita: “há qualquer coisa de perverso no jeito em que a gente diz – não é nada, não é nada”.

Escrever é apagar um fósforo com a ponta da língua. De um lado a ardência ousada das cinzas. Do outro, o alívio oportuno de quem estava em chamas.

Hesito: Só sinto meu coração pesar quando ele bate.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

sobre o cuidado.



Sobreposição de sentidos: sentir mais do que ver.

Abro os olhos e são tantas as cores que se inscrevem agora em mim... Tudo pra lembrar que já não posso me prender veemente aos tons Frida, já que suas marcas gritam e silenciam com a mesma intensidade.
Vem logo que eu te entrego um papel bonito, amassado de tantos bolsos tímidos, de cordas bambas e cigarros quebrados já mudos de tanto sussurrar.
Olha, toma essa coisa logo de uma vez porque isso já não tem tamanho, esse ilustre arrepio se prolonga no tempo e por aqui os carros passam e levam tudo. Lembre-se: eles não são os donos do mundo.
Já entendi que isso é coisa pura, que a brisa é leve e que tem muito espaço entre as pedras e a areia. Sabe... Um dia já sonhei ser mar. Grande azul sereno, grande azul pequeno aos olhos de quem está do lado de lá.
E aí sedenta eu me afoguei.

A mesma corda que salva é a que enforca, lembra?
Sabe o que mais? Hoje eu só quero rir de tudo.
E estar.

domingo, 23 de outubro de 2011

anunciação

Hoje sou eu
Que te livro de mim
E já não há mais essa incongruência
- Serena desarmonia
Que descompassa em cada passo
E nos atinge
Feito pedra

Que cai, mas não rola
Que fala, mas despista
Que quer, mas não se arrisca

Hoje o dia será tombado
Patrimônio histórico de todas as quedas
De agora em diante será assim:
Morro abaixo
Para melhor poder voar.

Hoje o céu nos indica com antecedência:
Bebemos litros de amor e ainda permanecemos com a boca seca de saudade.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

suspiro



Um sopro de vida que mais parece um vendaval. Voam papéis, correm palavras, derrubam-se mesas, copos e cristais.
Nas pontas dos dedos escorrem restos de noites líquidas, quentes, dissimuladamente verdadeiras. Pingam-se versos em cinzeiros e a poesia assim é feita.

Meu melhor amigo um dia me disse “já reparou que as estrelas são as menores e as maiores coisas que conseguimos enxergar ao mesmo tempo”?
Pois é. Com os olhos úmidos eu não conseguia ver nada. Era tudo em dobro, a faca entrava sem pedir licença e assim cegava. A linha entre dor e prazer subia rasgando, queimando por dentro.

Agora eu entendo: quando o impulso salta aos olhos o tropeço vira suspiro

domingo, 9 de outubro de 2011

constatação.



Te vejo perambulando às avessas feito carne que sangra para melhor representar. Houve um tempo em que acreditei nessas confissões vagas, no ímpeto que me era escrever em lençóis, vomitar cartas a outro alguém ou simplesmente assoprar o estrago para que o fim fosse a explicação.
Hoje são os copos de gelo que me aquecem e que cantam aos meus ouvidos ventanias desconhecidos. Às vezes eu tenho vontade de rir quando não pode e me pergunto quão sádico (e entediante) pode ser aquilo que escolhemos como vital.
Tropeçar é bom porque nos tira do vício estático e previsível desse tal “viver”.
Questiono-me com a saliva ardendo: Afinal de contas... O que seríamos se não nos fossemos?

O outro. Aquilo tudo.
Vamos deixar essa história pra mais tarde...

elas.


Eu fico pensando
-agora.
Eu consigo me ver
Mas eu não tinha isso

Com as coisas que acontecem
“não tem como não”
Traduz?
Isso não é teoria em si.

Transposição:
Não é igual.

-Embora
- Mas,
- então,
Ela está falando...

Isso é importante entender
Ela é feita de um lugar específico.

É inevitável...

teia

Pra nós
É mais do que isso
Pode ser mais
Ou menos
Uma coisa é clara:
Isso é ponto pacífico.
Eu não sei o que poderia ter
Pode ser,
É nessa direção
A gente não sabe tudo
Isso por um lado
Não tem jeito...

engasgo



Já posso sentir na pele a contradição
-clara e precisa
que agora gela meu hálito.
Com as unhas feitas eu erro menos,
arranho pouco,
saio de fininho
e tropeço sempre na mesma colina.

Caio eu,
caio você,
cai-se tudo.

Flui-se pouco e assim,
engasgo.

ainda?

Por que falar
- Ainda?

Quando digo
-pouco
Vomito em silêncio

Quando grito
-talvez
Me contorço em corda fina

Quando penso
-agora
O soluço vem em dobro

Quando eu escrevo
-mulher
Agora fujo e pego fogo.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

a ponta dessa caneta acende o cigarro
que abre o vinho,
que mancha o lençol,
que arde em mim.

a gota d´água limpa meu rosto,
que entrega minha alma,
que denuncia o espelho,
que grita em você.

a página em branco colore o incêndio,
que queima em teu nome,
que me acorda aos prantos,
que me levaram ao precipício,
que hoje me faz voar.

uma chama vermelha sempre denuncia o invisível.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

memória



da lógica circundante ninguém escapará
da acidez à ternura
[prazer suave e prolongado]
brilho instantâneo, porém intenso
um dia esse poema virará pó.

se vomito palavras é porque os braços e abraços congelaram-se
e o parto já não dói, calado.
e o grito agora é silencio, sereno.
e a noite já não me assusta mais – veremos!

seguir ou hesitar?
Cautela é o nome que se dá para aquilo que não alcançamos.
Desespero é o que me dá quando lembramos.

um dia esse poema virará pó.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

desire.



Eu quero um vermelho verídico, irrevogável, infalível e desastroso. A liberdade na tua pele faz ferida e sangra. Sangra você, sangro eu e nessa história toda gritar no vácuo não pode ser opção. Trata-se de fatalidade nas pontas dos dedos, do desejo que corre pelas veias, da saliva letal – e já não tão salgada. Deito na cama e escrevo em meus seios recados que deveriam estar cravados em ti. Ou te arranho ou te mato, não quero mais sussurrar. Torno-me fumaça dispersa pra te buscar quando escapas. Torno-me pele macia que arde por dentro. Transformo-me em água potável pra matar tua sede quando, na verdade, não passo de um vinho tinto seco que mancha teu tapete e te faz cair. Disfarce barato não é pra mim. Não suporto mais esses tons macios que ao gritar tropeçam. Eu quero o grito! Um forte, imenso e amargo grito. Não me calo no silêncio, não durmo na chuva calma. Sou café sem açúcar que arrepia a alma pra te acordar. Enquanto Janis se desespera cantando summertime por aqui, brinco de ser Deus e chego a minha grande conclusão:
Te dou o papel de mártir em troca de um segundo no teu escuro.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

sobre a vida.

um sopro de vida.
e assim as coisas se dão: expansão, contração, ponto de segurança.
sou contradição e isso é estar em movimento.
viver é ir e vir. viver é nadar, afogar, descansar.
vento. arrepio. vazio cheio de saudade. ausência repleta de felicidades instantâneas.
sou grata por tudo. a dor nasceu para ser cicatrizada.
cicatriz é sinal de força, pele nova, nova chance de arriscar.

dar uma chance a vida é mais gostoso do que nadar no vácuo.

S

Sentei
Sozinha, sensata
Sugeri solidão ao sol
Sugeri sonhos singelos
Sonhei sempre sem saber

Sorri sempre sentindo saudades
Sujei solos sólidos
Suspirei sonhos sem sentido
Subi sonâmbula seguindo seus sinais

Soube sangrando:
Ser só
Significa sonhar seco.

estar

Do princípio do prazer pouco te sobra,
meu bem.
És aquilo que por ora te dói.
És aquilo que te prende ao libertar.
Das mais diversas formas de existir
Escolho aquela pela qual eu morri:

Estar.

carta à sartre

Querido,

Não precisei de você para descobrir que o inferno são os outros porque eles (malditos!) guardam tudo o que é nosso e o que já não cabe mais em nossas mãos.
Vejo meu vômito caminhando em esquinas.
Vejo minhas vontades saindo em algumas rimas.

(...)

Venha logo e traga o fogo.
(morrer com o cigarro apagado em mãos é puro descaso com o passado).

cuidado

Nas noites dormentes tudo o que respira dói
Virar para o lado é sinal de perigo
Não ouças! Não acorde!
E se isso vem em sonho é para te dizer uma coisa:
- viver é nadar no vácuo.

Ninguém usa cinto de segurança para dormir.
Entre o salto e a queda
existe um momento estático
exato
espremido entre o medo
e o gozo.

Viver pode ser morte.
Morrer pode ser vida.
Sou eu que vivo a minha morte.
Sou eu que mato a minha vida.

da voz.

diante dessa ausência de palavras
grito:

silenciosamente.

sábado, 2 de julho de 2011

conselhos de um velho safado (e muito amado por mim).


"If you're going to try, go all the way. Otherwise, don't even start. This could mean losing girlfriends, wives, relatives and maybe even your mind. It could mean not eating for three or four days. It could mean freezing on a park bench. It could mean jail. It could mean derision. It could mean mockery-isolation. Isolation is the gift. All the others are a test of your endurance, of how much you really want to do it. And, you'll do it, despite rejection and the worst odds. And it will be better than anything else you can imagine. If you're going to try, go all the way. There is no other feeling like that. You will be alone with the gods, and the nights will flame with fire. You will ride life straight to perfect laughter. It's the only good fight there is."

Charles Bukowski (Factotum)

domingo, 26 de junho de 2011

sístole, diástole.


Eu me perdi no limite subliminar dos nossos corpos e não consigo mais voltar. Não sei até onde sou eu e até onde é você. Não sei onde colocaram a chave, o mapa, a pista que me poderia fazer voltar a mim. Nunca fui pista.

Pintei minhas unhas de negro para enterrar alguma coisa que sempre volta gritando.
Neguei o vermelho conhecido, mas o preto agora vem sangrando.

Devolvi livros, apaguei palavras, queimei você de mim sem saber que o que é brasa viva nunca morre. Já entendi que só Ana Cristina César me ajuda.Por isso grito agora no vento: Neruda, se não for pra ajudar, não atrapalhe!

Eu não sei se devo acreditar nos fatos ou em minhas intuições – já não tão certeiras. Realidade e lembranças se misturam, eu não sei o que escolhemos como real, eu não sei o que acaba no cinzeiro e o que vai para o pulmão.

Expandir e contrair: essa é a lei do mundo. Sou-me em expansão. Somos, agora, em retração. Quando é assim falta ar. Respirar.

Se viver é caminhar em linha reta,
Tropeço.

sábado, 18 de junho de 2011

cabernet sauvignon

"O que será que é o contrário do amor?" from the movie "como esquecer".

Enquanto a faca não cair por terra
Haverá sangue no chão
Jorrando, marcando estradas
-como se fosse vinho conhecido-
gritando vermelhos próximos para te confundir

É quase uma luta armada
Enganação barata, honey
E você vai acreditando
Embebedando-se do plasma de um corpo velho
Lembrando do corpo que te deu vida,
Daquilo que você bebeu incansavelmente
Mas que decidiu arrotar em solos latinos
Na escolha de esquecer o que te era vital.

Permita-me?

A ferida do teu corpo não cicatrizará com sangue alheio.
Assuma tua sede, olha-te no espelho.
Veja o que fazes e a quem fazes
És agora a contradição anunciada
(que tanto negaste, meu bem)
És agora o fracasso barato
Símbolo máximo
Daquilo que foi parar no hospital.

domingo, 12 de junho de 2011

domingo.

“ Não vejo meu corpo mas penso nele com desejo e minha consciência é o teto do mundo, como se o forro do meu crânio fosse o céu” acc.


sangue nas gengivas, baby
plural sim, pois não me sou na finitude
meu salto faz cócegas no asfalto e quando olho para trás
lá estão:
buracos vazios.

quando tem estrela é bom
porque o sonho é a desculpa
e nele se depositam cinzas
e pedaços de unhas rasgadas
e vermelhos descascados
e só.

minha pérola negra foi parar debaixo da cama.

domingo, 5 de junho de 2011




Ana Cristina César, em seu caderno de desenho.

sábado, 4 de junho de 2011




"estão caindo sobre mim cacos sem peso
porque retorno em quedas sobre os braços
volto ao espaço circunscrito, mas me teme
meu corpo lento e bioquímico no escuro, e
lentamente sei que me dissolvo aos
quinze miligramas, seca
em queda de paralisia quantificável.

silêncio.
retornando sobre quedas
paralisia em caixa, crédito e cheque onde
risco assinatura de meu nome; hipnótico aconchedo dos
números menores, em firmas menores que ainda registram
arabescamente seus lucros; eu queria:

silêncio de resposta e sangue ainda
os vidros soltos sobre a cara
mesmo sem saber que retornamos
saibamos que o espelho que desaba
fere e contunde nossa cara "

acc.

ao som de "the sun" - portugal the man.

terça-feira, 31 de maio de 2011

notas do amanhã.

Esquecer só é natural quando se quer. Não somos sinceros pois temos medo e tomamos decisões precipitadas com a promessa final de vida plena, de caminhadas lindas, do velho e conhecido “novo”.
É tudo mentira. Nossa caminhada não deve ser feita a partir de decisões baseadas na desculpa de vida grande. É do hoje e do ontem que somos feitos. O amanhã nunca se sabe; é promessa oca, garrafa vazia quebrada e cortante; saliva que pinga, mas não umedece a mesa, é aquele soluço da abstinência que vai sempre te acordar.
Isso é tão óbvio que me causa náusea e por isso vomito minha indignação frente a esses olhos de vidro cansados de brincar de luneta. O amanhã é hoje. É o cigarro de hoje que me faz ter certeza de que o ontem aconteceu e, logo, eu não estava louca.
Por culpa dessa esperança imbecil no amanhã é que nos podamos e mentimos, matamo-nos com a consciência tranqüila e tropeçamos nos fantasmas daqueles que esfaqueamos para que não nos atrapalhassem enquanto nos vestíamos com vaidade para o encontro com o amanhã, com o tal futuro brilhante, repleto de gozo e orgulho.
Grito agora para que as paredes também ouçam, para que aquela xícara de chá se quebre e queime a mão sádica que depois te alimenta. E te provo, água maldita:

Se o fantasma volta nesse teu irônico amanhã, é porque ele não se foi.
Se não foi, não morreu.
Se não morreu, você não o matou.
E se não o matou, é porque ainda o quer vivo.

Por hoje é só.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

ausência



Por muito tempo achei que ausência é falta
E lastimava, ignorante, a falta..
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
Ausência é um estar em mim.
E sinto-a tão pegada, aconchegada nos meus braços
Que rio e danço e invento exclamações alegres.
Porque a ausência, esta ausência assimilada,
Ninguém a rouba mais de mim.

(Carlos Drummond de Andrade – Com o pensamento em Ana Cristina)

terça-feira, 3 de maio de 2011

It's damned if you don't and it's damned if you do

Enterrando meus pedaços no mundo, arrasto a pele no asfalto e pareço não me cansar. Algum dia alguém disse que seria assim e, por ora, aceito.
Repito, vomito, grito e gozo: o que me causa insônia é o que me mantém viva. Não posso mais incendiar o sono alheio, não posso mais acordar doendo, não posso...apenas não posso. Troquem minha pílula da descrença,asco e incompreensão por algo que seja verdadeiro e coerente, por favor?
Vou contra tudo e todos sabendo que do chão eu não passo. Escrevo tão rápido que as lágrimas não acompanham e caem ao final de cada sentença. Escrevo pequeno. Escrevo em goles porque vomito em papéis ingênuos, pálidos, descrentes e amassados por coisas que nunca imaginei.
Meu soluço às vezes falha e a garganta dói, arranha, sangra dores que nunca desejei comprar. Enquanto isso a faca é enfiada, o cuspe é lançado, o álcool jorrado correndo por cada centímetro do que um dia fora felicidade.
Acabo meus textos com um nó na alma maior que comecei e me questiono...moço, quando isso tudo vai acabar?
E sabe o que mais?

Now hang me up to dry...you wrung me out too too too many times…

sexta-feira, 22 de abril de 2011

de tudo.

Esfaqueio-me nas cinzas do cigarro que outrora apaguei. Quando falta luz é bom porque posso acordar.
Ando nua pelo mundo e arrasto meu cheiro nas curvas de outros galhos secos e sem vida. Volto para mim sempre com as unhas descascadas e deixo meu vermelho no mundo, sangrando em outras mesas, pingando em folhas brancas, acendendo mortes súbitas.
Carrego a culpa de existir e uso essa desculpa para viver. Raras foram as vezes em que existi e vivi ao mesmo tempo. Aquilo que me angustia é o que me faz piscar. E pisco, invento, crio fantasias entre o ápice e o abismo do sentir, sabendo que de mim não escapo.

domingo, 9 de janeiro de 2011

margens



We've lived in bars
And danced on tables
Hotel trains and ships that sail
We swim with sharks
And fly with aeroplanes in the air



E é mais ou menos assim que tudo começa. Você sente sua vida escorrendo pela pia do banheiro e não há nada para fazer. É como se a todo o momento você sentisse a pressão de estar caminhando às margens das barreiras – agora não mais tão sólidas- que umedecem seus olhos e as palmas das mãos.
A cada dezoito minutos uma nova escolha. A cada dezoito minutos uma desistência, uma parada cardíaca, um parto, um orgasmo, um desapego, um salto e um banho frio. É como se você tivesse que responder com extrema convicção aquilo que por ora te causa insônia: de que lado você fica? Você agüenta o intervalo sutil entre o salto e o retrocesso?
Dezoito minutos. Todas as respostas brotam subitamente por detrás daquelas árvores úmidas, novas nuvens se formam e por um segundo você tem certeza: isso é a vida. Essa é sua vida. Escolhas. Êxtase. Você agora não é mais aquela imagem trêmula, mas sim, sólida forma de alguém que sabe o que não quer – e isso já é muito.
Dezoito minutos. Retrocesso. Pausa.decadência. Onde está o controle remoto da sua vida? Onde foram parar as certezas? Comodismo.
Margens, beiradas, bordas. Linhas imaginárias tão reais que te cortam e te esfaqueiam e você não sente mais nada que outrora borbulhava em seu peito.
Renúncia.