segunda-feira, 15 de agosto de 2011

desire.



Eu quero um vermelho verídico, irrevogável, infalível e desastroso. A liberdade na tua pele faz ferida e sangra. Sangra você, sangro eu e nessa história toda gritar no vácuo não pode ser opção. Trata-se de fatalidade nas pontas dos dedos, do desejo que corre pelas veias, da saliva letal – e já não tão salgada. Deito na cama e escrevo em meus seios recados que deveriam estar cravados em ti. Ou te arranho ou te mato, não quero mais sussurrar. Torno-me fumaça dispersa pra te buscar quando escapas. Torno-me pele macia que arde por dentro. Transformo-me em água potável pra matar tua sede quando, na verdade, não passo de um vinho tinto seco que mancha teu tapete e te faz cair. Disfarce barato não é pra mim. Não suporto mais esses tons macios que ao gritar tropeçam. Eu quero o grito! Um forte, imenso e amargo grito. Não me calo no silêncio, não durmo na chuva calma. Sou café sem açúcar que arrepia a alma pra te acordar. Enquanto Janis se desespera cantando summertime por aqui, brinco de ser Deus e chego a minha grande conclusão:
Te dou o papel de mártir em troca de um segundo no teu escuro.

2 comentários:

Manoela disse...

uou.. só te digo uma coisa..:


não te digo mais nada..!

Isis disse...

Meu comentário mineiro fica subtendido no "Nuuuu" que eu tenho pra te dizer sobre esse texto.
Taí, é forte, e eu adorei!
Beijo, Xu!