sexta-feira, 8 de junho de 2007

vertigem

Uma adolescente que não sente-se como tal.Ela percebe somente o seu próprio espaço real (ou imaginário) , não ocupado por coisa alguma.Procura entender a realidade, o desenrolar dessa vida tão superficial que tende ao infinito.Infinito este, que está prestes a acabar, caso ela não tire o véu de desconfiança que a cega.
Não confia em ninguém, nem mesmo na imagem túrgida de perversidade que o espelho do banheiro reflete. Essa menina só causa desgostos aos pais.É olhada de cima a baixo e acaba sempre sendo julgada pela face ranzinza que por nada, nem ninguém, se desfaz.Os fantasmas de seus medos a cercam a todo momento.Ela ouve a voz da própria consciência.Vive de contradições.Sente-se vazia e repleta de temores.Diz-se muda, mas a voz do seu íntimo insiste em chorar alto e forte.Grita por socorro, pede ajuda mesmo que a recuse.Seus heróis estampados no quarto, parecem não ser mais tão valentes assim e perdem seu valor para as poesias, contos escondidos nas entrelinhas dos rabiscos na parede.Ela cria e descria personagens na tentativa de encontrar-se diante sua vertigem.
Vive assim, de loucuras momentâneas e tentações súbitas.O grito agonizante é amortecido pelo soluço das tão salgadas lágimas.

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