quinta-feira, 24 de maio de 2007

impertinência

Impertinência
s. f. 1. Caráter de impertinente. 2. Ato, modos ou dito de pessoa impertinente.

Nunca parei pra pensar, mas agora percebo que viver é realmente um ato arrojado e (muito) difícil. Sustentar-se de audácias, viver uma vida destemida, valente e friamente corajosa faz com que com que a impertinência torne-se uma das principais propriedades humanas.A questão que mais me aflige é: até que ponto uma pessoa pode ser considerada impertinente?
O desconforto faz parte do nosso cotidiano, e nem por isso devemos aceitá-lo com o bom “humor natural” esperado das pessoas.Um pouco de chatice faz bem às vezes.O problema é que nosso lado rabugento é mal encarado pelas pessoas, que nos fazem muitas vezes fingir um estado de espírito em que não nos encontramos.Creio que o individualismo é necessário e dentro desse nosso suposto mundinho existe toda uma necessidade de sermos “chatos”.Devidamente entre aspas, coloco a palavra chato.Importunamente associamos a ausência de alegria a palavra chato.O que, para muitos, é uma tremenda indelicadeza.Necessitamos do nosso próprio tempo, longe de tudo e todos.E nem que para isso, precisamos nos “fechar” e calar-se.Centrar nosso momento para nós mesmos, para um período de auto-conhecimento. Temos claramente a necessidade de fugir às vezes. E como fisicamente, nem sempre é possível, procuramos nos ausentar espiritualmente. O fato de passarmos alguns dias em silêncio, num ritmo não tão acelerado quanto ao dos outros, não nos faz de inconvenientes.Muito menos nos torna impertinentes.

Um pouco de isolamento faz bem.

domingo, 20 de maio de 2007

(mal) posso esperar

Certas coisas já são predestinadas à nós.Acredito que o ato de esperar é uma delas.Desde sempre esperamos.Foram árduos nove meses de espera para ver as cores do mundo.Alguns meses para aprendermos a andar sob nossas próprias condições.Esperamos pela primeira fala e mais ainda pela primeira frase completa.Mal obtemos um dente e já esperamos que caia para nascer outro.Na infância, a espera é um tanto quanto cômoda.
Somos crianças e esperamos a adolescência. Crescemos e os atributos mudaram, mas o ato mantém-se firme e forte.Queremos independência.Buscamos razões e motivos.Esperamos ser tudo o que sonhamos.
A independência finalmente chega.E a fila no banco também.O semáforo, a fast food (que de “fast” só o nome).Aquela ligação importantíssima.A chuva passar, a semana acabar e domingo chegar.
Entre tantas outras esperas, espero por algo mais simples.Espero por você.Espero esse alguém disposto à esperar comigo.Alguém disposto à esperar por mim.