Eu caio no chão e ninguém vê meus pedaços. Eu só lembro dos tremores, das dores, desse infinito vazio. As cores, as vozes, o desejo... esse abismo todo me mata. E por dois segundos tudo se apaga.
Silêncio?
Silêncio.
Se eu pudesse gritar nesse branco, eu gritaria em vermelho. E a minha pele - quase tão sensível quanto os meus olhos, rejeitariam esse frio. Frio? Calor? Pouco sei do que sinto. Tudo se mistura, se aglomera. E enquanto isso, meu novo ego me desmonta. E essa nova cor me dissolve. E esse grito mudo me entrega.
Ah! Se eu pudesse enxergar tudo...se eu pudesse ao menos montar esses pedaços de mim e fazer com que se tornassem peças de um quebra-cabeça de uma cor só, eu o faria.
Faria sim. Mas obviamente, não ousaria montá-lo. Eu queimaria peça por peça e teria o sádico prazer de me resumir às cinzas.
ao cinza.
ao pó.
ao nada.
simples pedaços.
inevitável falta de mim.
Um comentário:
foda.
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