quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

minha exatidão


Não aprendera nada a respeito da arte de suportar. Padecer pacientemente e esperar. Suportar a ela mesma, aos seus anseios, a sua inquietação.
Anos a fio esperando o exato momento da sensação agradável que se tem quando o que oprime ou molesta cessa de todo ou em grande parte. Não avisaram-na do estranho vazio que é se conter. Reprimir-se, dissimular o sofrimento e aprender a sorrir.
Pouco a falaram do pesar na garganta, das noites intermináveis e da lua cheia berrando socorro. Menos ainda do oculto prazer de elevar-se pouco a pouco às alturas do alívio.

Falta-lhe muito para aprender a arte da ressentida digestão dos fatos.

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