quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

ah, eu odeio.

Eu odeio todo mundo.
O cara que ta todo dia com um fone mais alto que o meu no ponto de ônibus.
A menina que eu sei que fala de mim quando eu saio.
Aquela que não espera eu sair pra falar.
O porteiro que me olha diferente.
O professor com o olhar ausente.
A tia que só fala mal.
A família que não vê o sucesso.
Eu odeio meu protesto.
Eu odeio esperar.
E odeio usar isso como desculpa.
Desculpa da minha agonia, da minha tristeza.
Da comilança ou da choradeira.
Eu odeio me enganar.
Eu odeio me enxergar.
Oh céus, eu odeio tudo.

Eu sei tudo o que odeio e sei o que me conforta.
Até meu conforto, no momento, eu odeio.
Eu odeio sentir isso e quando isso se mantém.
Eu odeio não poder gritar, não poder sumir.
Eu odeio esperar alguém. Eu odeio não ser ninguém.

Odeio não conseguir odiar ninguém.

Nenhum comentário: