quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
madeixas.
Um grande beijo, do seu menino tímido.”
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
embaraço.
Sentir-me viva é o que busco ao deslizar por dentre essas linhas. Nem sempre consigo, porém são nessas frustrações que encontro respostas. Respostas para perguntas que já não faço. Soluções para os problemas dos quais eu fujo.
Se a vida é feita de cuidados, não hesito ao me atirar nesse mar de tentativas. ”Definir-se é limitar-se”, logo, desisto de fugir diante as rédeas da definição do sentir e apenas sou-me. Sem mais, nem menos. Tentando somente encontrar-me nesse infinito embaraço.
Se me ouço, hesito. Se hesito, não me reconheço. Vivo de contratempos, de entrelinhas, de impulsões. Alimento-me com palavras, com o frio e com anseios. Sinto nostalgia de uma ausência desconhecida – que sempre se faz presente- e também da presença daquilo que jamais vivi. Fruto do que me espera. Do que um dia eu queria ter sido, mas não fui. Fruto um futuro que foge às regras e não espera o amanhã.
domingo, 30 de novembro de 2008
delicinha ²
hoje não a lastimo.
não há falta na ausência.
ausência é um estar em mim.
e sinto-a tão pegada, aconchegada nos meus braços
que rio e danço e invento exclamações alegres.
porque a ausência, esta ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim".
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
permissão.
Não te percas fugindo assim! Não há desconforto, pois teus mares te levam à mim.
sábado, 22 de novembro de 2008
about me
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
anseios.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
doce rubro.
Miranda contorna o sofá surrado de tantas noites dissimuladas e vai à busca de café. Entre um gole e uma tragada surgem as primeiras idéias para essa noite que antecede a sexta-feira.
Passa o dia a pensar, a fumar, a sonhar. Sonha com êxtase, com dor e com luxúria. Ela quer tudo em vermelho. Os olhos, o tapete, as lágrimas. Ah, as lágrimas! Essas sempre percorrem pelo seu rosto um caminho já trilhado e sabido. Gotículas de pranto, prazer. Um misto de gozo e culpa. Hoje, ela terá mais um daqueles momentos de glória.
A noite despenca e Miranda se depara com o espelho. A idade já não se esconde, porém a fome de libido, de vingança e prazer é bastante juvenil. Veste-se de vermelho. O mesmo que dá cor à paixão e ao sangue. Acende um cigarro e espera o relógio gritar oito horas.
O rapaz chega. Estatura mediana. Não serve para feio, entretanto não é dos mais belos. Ele surpreende-se com a decoração. Velas, fumaça, vermelho. A moça o cumprimenta com ardor e já o despe, com bem fez com todos. Atracados, os dois se entrelaçam até a cama – que já não se assusta com a cena não tão ímpar-.
Miranda o surpreende pedindo para que ele vire de costas e não se mova. Assustado, não hesita em obedecer. Ela então se levanta e caminha, já desnuda, em direção a vitrola. Coloca um vinil que em poucos segundos já arranha as primeiras notas de um tango. Um delicioso e sensual tango que penetra em Miranda e a faz gemer por dentro. O rapaz não ousa virar-se ao ouvir a melodia. Domada por um desejo inconseqüente, ela abre a gaveta do armário empoeirado. Ao som da musica caliente lambe, beija, admira a faca até então adormecida. Dança com o instrumento e caminha até a cama. Miranda dança, se esfrega, enlouquece o rapaz. Ainda que de olhos cerrados, ele sente o fervor da mulher que percorre seu corpo com a boca. Beija-lhe toda a espinha e enquanto ele geme, Miranda dá o golpe final.
Vermelho, tango, cigarros. Mais uma noite bem sucedida. Mais um prazer, menos um temor. O vermelho mistura-se com o cheiro picante do lençol. Miranda então sorri. A sexta-feira já nasce colorida.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
mad about you / give me a reason to be a woman
http://www.youtube.com/watch?v=duVQrYfvgX8&feature=related
Indescritível!
Eu já amava "glory box" do portishead...Recentemente viciei em hooverphonic - principalmente em "mad about you" e em uma dessas viagens pelo youtube não é que eu encontro hooverphonic cantando as duas músicas em uma só?!
maravilha..! Recomendo...
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
regard.
O seu equilíbrio vem do acreditar na sua intuição e permitir que a sua voz interior lhe dê a resposta de que precisa. Tem uma força maior que nos mantém vivos e fortes. Podemos tudo quando acreditamos..."
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
delicinha.
(...)
Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias. Mas preparado estou para sair discretamente pela saída da porta dos fundos. Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só queria ter o que eu tivesse sido e não fui.
Clarice Lispector.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Desterro na puberdade.
Revoltada, faz chover por mais de não sei quantos dias. Mais inconstante do que meu humor, esse tempo até que está me alegrando. Ora chove, ora brilha o sol.
Assim como a vida, cheia de fases e cores.
Numas coloridas, noutras cinzas.
Se eu faço chover é pra depois me ver no arco-íris, meu bem.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
ou pensa, ou vive.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
domingo, 28 de setembro de 2008
portrait
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Tarja preta
A perda do meu pai, a ausência de um amor...tudo isso contribuiu para meu estado depressivo. Achei que nunca mais voltaria a sorrir. Até me entregar às palavras. Não fossem as palavras de Marcelo Rubens Paiva, nunca poderia ter sentido o êxtase que tive ao ler Feliz ano velho. É indiscutível como as letras, as frases uma a uma penetravam em mim e como um orgasmo arrebatador, me faziam querer sempre mais. O mundo de Sofia, O vendedor de sonhos, O caçador de pipas, até mesmo as obras da Rainha dos crimes me trouxeram um doce desejo à vida. A morte no Nilo,Cai o pano... Livros que me fizeram ter o dom da percepção ensinado por Agatha Chrisite.
Aos poucos, criei coragem e comecei a produzir uns rabiscos. Se na vida real eu tinha medo de pontos finais, aprendi que uma vírgula pode fazer milagres. A vírgula, aquela pausa necessária para buscar fôlego para ir à frente, me ensinou a respirar. Aprendi que às vezes o bom mesmo é fazer uso das reticências, aquele fim que não acaba, aquela omissão do que poderia ou deveria ser dito. Ah! As palavras! Entram e saem de mim com uma audácia juvenil. Alojam-se em meu peito e mudam meu dia, meu ser. Fiz delas minha própria terapia.
A vida me ensinou que escrever é sempre uma saída. Para uns, é como dirigir na contra mão, com obstáculos a todo o momento e buracos na pista. Para mim, é ligar o piloto automático e deixar-me conduzir somente pelo encanto e o verdadeiro sentido cognitivo das palavras. No lugar de Fluoxetina, Prozaac ou qualquer outra química causadora de uma falsa alegria, um papel, caneta e algumas palavras. As minhas palavras. Meu remédio tarja preta. Minha dose diária cuja única precaução escrita no meu imaginário é: “Cuidado. Esse medicamento é contra indicado para aqueles cujo verdadeiro sentido da vida ainda não fora descoberto”.
sábado, 6 de setembro de 2008
sem título por enquanto.
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
alegria
Sinta o seu fogo, seu cheiro, a dádiva imensa de ser vencedor.
Ouça a batida da ponta da faca e a ferida que insiste em coçar.
Fala pra ele que um sonho é pouco, devemos é nos atirar.
Tira a cabeça do saco e atola o teu pé, deixa a lama molhar.
Limpa com mel a ferida, adoça tua vida que o poeta já vem.
Veste tua cara com véu de alegria e pra ele não faça desdém.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
ardor
Sem paz, sem ar, sem cafeína
Dá-me essa flor
Tão pura, eterna e tão menina
Dá-me esse dom
Cantar, brilhar, ser teu tambor
Pra que me toques assim,
Sem pressa, sem medo e sem ver fim
Pra que me enforques de amor
Sem pressa, sem volta, feliz assim.
Dá-me teu ardor...
domingo, 30 de março de 2008
sábado, 8 de março de 2008
escada sem corrimão
Vem, me dê suas mãos. Tanto o fez que hoje ando só em meio a multidão. Senão você, minha vida é escada sem corrimão.
E são teus beijos que me endoidecem, por você que minhas lágrimas padecem.
Corre agora e vem me ver. Abraça-me prontamente pra em ti eu me esconder. Cala-me com esse teu beijo que tantos males me fez esquecer. Larga tua vida e venha ao meu encontro. E não se demora, não perca seu ponto. Mas venha com gosto que lhe mostro o teu mundo. Faça-o por gosto, e a mim, conheça a fundo.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
cicatriz.
sábado, 23 de fevereiro de 2008
amante entorpecido ou amado costumeiro?
Se foi o ultimo dia? Ela não saberia dizer. Mergulhada em tanto amor, o passar dos dias não teria tanta importância. Se foi o ultimo dia? Ele sabe dizer. E disse, e o fez como um legítimo amante. O último dia para ele, a última chance para ela.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
O que te faz ser uma pessoa de verdade?
O que te faz ser uma pessoa de verdade?
Seu carro, sua bicicleta, seu par de tênis , sua meia fedida, seu cartão do passe?
Seu lençol, seu quarto, sua bagunça, sua sujeira, seu desarrumado?
Suas lagrimas, seu sorriso, seu grito, seu cheiro?
O que te faz ser uma pessoa de verdade?
Seu cocô, seu cérebro enferrujado, a casca do seu machucado, a ferida do mosquito?
Seu vômito colorido, seu olhar reprimido, sua voz pacífica, seu canto solitário?
O livro não terminado, as anotações imundas, a letra caída, o escrito guardado?
O que te faz ser uma pessoa de verdade?
O ódio, o amor, a dor que você sente?
A agonia, o desprezo, a sinceridade com que você mente?
A alegria, o abraço, a corrida, o suspiro, a fadiga?
De uma vez por todas, o que faz você pensar que é uma pessoa de verdade?
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Tears dry on their own.
O corpo humano sabe diferenciar choro de alegria, choro de dor ou choro de saudade?
Por que a gente treme quando chora e se encolhe?
Por que a gente quer escuro e silêncio?
Ou então uma musica tão alta a ponto de ofuscar seus gritos?
Por que a gente não divide sentimentos?
Por que não pode se guardar choro sem doer o peito?
Pra que chorar de alegria?
Pra que chorar de raiva?
Por que não há um motivo só pra chorar?
Por que sempre quando a lágrima é de dor ela parece arranhar nosso rosto?
E por que quando é de alegria ele segue doce, pelas dobrinhas da covinha?
Por que o medo faz a gente chorar?
Por que a gente tem medo da gente?
Por a gente chora quando fala do irmão?
Por que a gente chora quando pensa nos pais?
Por que a gente chora quando escreve?
Por que a gente chora?
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
reticências...
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
amorfo.
we know.
- Eu sei que eu já sabia, mas era mais fácil acreditar que podia dar certo.
- Mas você já sabia.
- Eu já disse que sim, mas um lado meu fazia com que fosse diferente.
- Mas você já sabia.
- Você só pode estar brincando. Eu já disse. Eu sabia que ia dar errado, e ainda assim, tentei.
-Logo, você já sabia.
- Eu sabia. Mas me fingi de cega e continuei, me iludi, enganei a todos e a mim mesma.
- Porque você já sabia...
- Mas que diabos! Sim, eu já sabia que ia dar errado, qual é o problema?
- Justamente esse. Você já sabia.
- Você está de sacanagem comigo? Qual o problema em já saber?
- Você já sabia que ia dar errado. E por isso deu. Porque ao invés de acreditar no que poderia vir, você já sabia que ia dar errado. E deu, pois você acreditou nisso.
- Mas..eu não sabia se ia dar certo ou não.
- Justo, e preferiu acreditar que ia dar errado.
- Mas como eu ia saber que sim?
- E como ia saber que não?
- Mas isso eu já sabia.
- É, eu sei.